29 julho 2007

A rocha

Escuto a sinfonia das ondas quebrando na rocha, demoradamente. Reemergindo de uma ilusória mas reconfortante noção de perfeição, é nessa rocha (cephas), que me é revelada a verdadeira natureza do meu entendimento, perfeitamente limitado pela condição de ser pessoa humana.

Ao longe, julgo vislumbrar aquela coisa mais bela que todas. Por um instante, julgo perceber as suas formas indistintas recortadas no pano da noite escura. Onde está agora a minha fiel e secreta confidente, plena de si, reinando sobre todas as criaturas nocturnas?

Onde quer que estejas, estás-me marcada no sangue que corre ardente nestas veias retorcidas.

Sem comentários: